Os Painés Alegóricos de John Harris

09/04/2025

Como um Homem Cego e Esquecido Moldou os Símbolos Secretos que os Maçons usam até Hoje?

John Harris Jr. nasceu em 17 de novembro de 1791, na Inglaterra, e faleceu em 28 de dezembro de 1873, em Croydon. Filho do renomado pintor de aquarelas John Harris, ele destacou-se como artista especializado em fac-símiles e desenhos maçônicos. Sua carreira foi marcada pela precisão técnica: trabalhando no Museu Britânico a partir de 1820, Harris reproduzia páginas de livros raros com tal perfeição que até especialistas não distinguiam suas cópias dos originais. Sua habilidade levou à criação de normas internacionais para identificar reproduções em restaurações, um legado ainda relevante na preservação de acervos históricos.
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Harris não frequentou uma academia formal de arte, mas herdou o talento do pai e aprimorou-o como autodidata. Seu trabalho mais impactante foi na Maçonaria: em 1818, tornou-se membro da Ordem e dedicou-se a criar painéis de traçado — ilustrações simbólicas usadas em rituais. Em 1845, venceu um concurso da Loja de Aperfeiçoamento Emulation com designs que se tornaram padrão global, adotados até hoje em lojas regulares. Seus painéis, pintados em mogno e preservados no Museu Maçônico de Sussex, combinavam detalhes esotéricos com uma estética clara, facilitando o ensino dos graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre. Além disso, restaurou livros para o Duque de Sussex, Grão-Mestre da Maçonaria inglesa, consolidando sua reputação como ponte entre a arte e a tradição.
Iniciado na Maçonaria em 1818, Harris tornou-se figura central na transição dos painéis efêmeros (desenhados a giz) para obras permanentes. Apesar de sua influência, enfrentou dificuldades: após um derrame em 1850, ficou cego e paralítico, sendo sustentado por instituições maçônicas como o Asilo para Maçons Dignos. Morreu na pobreza, mas sua história ganhou novo capítulo em 2016, quando maçons de Surrey redescobriram seu túmulo sem marcação no Cemitério Queen's Road. Em 2018, ergueram uma lápide com símbolos maçônicos e uma mensagem cifrada, homenageando seu legado. Harris não só elevou a arte ritualística, mas também personificou a fraternidade maçônica, sendo lembrado tanto por suas obras quanto pela resiliência em vida.