Franco e a Maçonaria

Franco os perseguiu, mas não os calou: a Maçonaria Espanhola rompe o silêncio após 50 anos
A Maçonaria Espanhola, com apenas 3.000 membros atuais, busca romper o estigma deixado pela ditadura de Franco, que a perseguiu como parte de uma suposta "conspiração judaico-maçônica". Durante o franquismo, milhares de maçons foram investigados e cerca de mil executados, segundo registros históricos. Hoje, liderados pelo Grão-Mestre Txema Oleaga, os maçons espanhóis trabalham para mostrar sua contribuição à sociedade, destacando valores como liberdade, tolerância e fraternidade, e combatendo preconceitos enraizados.
Apesar de ter sido legalizada em 1979, a Maçonaria ainda enfrenta resistência na Espanha, especialmente em setores conservadores e entre alguns funcionários públicos. Oleaga explica que, embora não haja proselitismo, a organização busca atrair pessoas comprometidas com o progresso social, mantendo-se discreta para evitar conflitos. Ainda assim, ele espera que mais membros públicos assumam sua filiação maçônica, seguindo o exemplo de figuras como o ex-político Jerónimo Saavedra.
Comparada a outros países europeus, a Maçonaria Espanhola é pequena — Portugal, com menos população, tem o dobro de membros. Oleaga atribui isso ao trauma histórico da perseguição franquista, mas acredita que a abertura gradual e o combate à intolerância podem revitalizar a instituição. Seu objetivo é que a Maçonaria seja reconhecida como uma força positiva, longe dos mitos de conspiração que ainda a assombram.

