Falecimento do Papa Francisco

Maçons italianos prestam homenagem inédita ao Papa Francisco após sua morte
No dia 21 de abril de 2025, o mundo se despediu do Papa Francisco, que faleceu aos 88 anos no Vaticano, horas após celebrar sua última missa de Pascoa. Em um gesto surpreendente, a Grande Loja da Itália (GLI-ALAM), uma das principais ordens maçônicas do país, emitiu um comunicado oficial de luto, assinado por seu Grão-Mestre, Luciano Romoli. O texto destacou a "profunda ressonância" entre os valores de Francisco — fraternidade, humildade e defesa dos pobres — e os ideais maçônicos, marcando um raro momento de convergência entre duas instituições historicamente em desacordo.
Apesar de a Igreja Católica sempre ter condenado a maçonaria, o pontificado de Francisco abriu espaço para diálogos inéditos. Sua encíclica Fratelli Tutti (2020), que pregava a união entre povos e religiões, ecoou diretamente o lema maçônico "Liberdade, Igualdade, Fraternidade". A GLI-ALAM ressaltou ainda a defesa do Papa por uma "consciência planetária" e justiça social — temas caros às lojas. "Ele mudou a Igreja", declarou Romoli, comparando Francisco a São Francisco de Assis e a figuras revolucionárias como Garibaldi, ele próprio um maçom.
O comunicado da GLI-ALAM não apenas homenageou Francisco, mas sugeriu um novo capítulo nas relações entre maçonaria e Igreja. Enquanto o Vaticano mantém sua posição contrária às sociedades secretas, a ordem maçônica italiana propõe uma aliança ética em prol dos excluídos. "Seu legado nos inspira a construir pontes, não muros", afirmou Romoli, citando uma das frases mais famosas do Papa. A morte de Francisco deixa uma pergunta: seu chamado à fraternidade universal poderá, finalmente, aproximar esses dois mundos?

