A Morte Misteriosa de Roberto Calvi: Bancos, Mafia e Maçonaria
Há 43 anos, a morte de Roberto Calvi, o banqueiro italiano conhecido como "o banqueiro de Deus", foi um evento que mexeu com os pilares financeiros e políticos internacionais. O corpo de Calvi foi encontrado em circunstâncias misteriosas sob a Ponte Blackfriars, em Londres, em junho de 1982. Na época, ele era presidente do Banco Ambrosiano, o maior banco privado da Itália, cujos negócios estavam intimamente ligados ao Vaticano, à Maçonaria e à máfia. Sua morte e as investigações subsequentes expuseram um emaranhado de fraudes financeiras e práticas ilegais que envolviam grandes potências políticas e religiosas, deixando um rastro de mistérios não resolvidos e um escândalo financeiro de grandes proporções.
Calvi foi considerado desaparecido por nove dias antes de ser encontrado, pendurado de forma estranha com os bolsos recheados de tijolos e uma considerável quantia em dinheiro. Embora a primeira autópsia tenha apontado suicídio, a alegação foi rapidamente questionada, dada a peculiaridade das circunstâncias e os laços que Calvi possuía com figuras poderosas, incluindo membros da Maçonaria, políticos e criminosos mafiosos. Investigadores descobriram que Calvi havia desviado grandes somas de dinheiro do Banco Ambrosiano, e seu destino parecia estar diretamente ligado à ocultação de fundos para interesses políticos e atividades criminosas. Seus envolvimentos no colapso de sua instituição financeira e no mistério que cercava sua morte continuaram a gerar especulações e teorias sobre um possível assassinato encomendado.
A complexidade do caso aumentou quando se revelou que a Maçonaria, especialmente a controvertida Loja Propaganda Due (P2), estava envolvida, associando Calvi a figuras ligadas a extremistas de direita e à máfia. O processo judicial que se seguiu envolveu vários suspeitos, mas ninguém foi condenado até hoje. O desaparecimento de bilhões de dólares do Banco Ambrosiano e a possibilidade de Calvi ter sido executado devido a seu envolvimento em fraudes financeiras e lavagem de dinheiro trouxeram à tona uma rede de corrupção que se estendia do Vaticano à máfia, deixando questões não resolvidas até os dias de hoje.