A Maçonaria no Conflito da República Democrática do Congo e o Caminho para Paz

09/06/2025

No dia 31 de maio de 2025, o Grande Oriente da Suíça participou de uma conferência histórica no Grande Templo Groussier do Grande Oriente da França, organizada por várias lojas de diferentes obediências. O evento foi um dos primeiros momentos em que o conflito da República Democrática do Congo (RDC), um dos mais sangrentos desde a Segunda Guerra Mundial, foi discutido publicamente dentro do contexto maçônico. Apesar de seu impacto geopolítico e humano, o conflito permanece amplamente ignorado pelos grandes meios de comunicação internacionais.

O conflito se concentra principalmente na região oriental do Congo, onde grupos armados, como o M23, operam e são acusados de contar com apoio do governo de Ruanda. A disputa pelo controle de recursos minerais essenciais, como o coltan, é um dos principais motores do conflito. Este minério, essencial na fabricação de dispositivos eletrônicos, é extraído em condições precárias e frequentemente exportado ilegalmente para Ruanda, país que se destaca como um dos maiores exportadores globais, apesar de não possuir grandes jazidas de coltan. Essa situação revela as complexas cadeias de abastecimento global e a responsabilidade compartilhada entre consumidores e Estados.

Em resposta, os Estados Unidos facilitaram negociações entre a RDC e Ruanda, com o objetivo de combinar acordos políticos e econômicos para estabilizar a região. No entanto, a falta de consenso nas negociações pode prolongar a instabilidade e aumentar as tensões internacionais. O conflito continua a ser marcado por graves violações dos direitos humanos, com organizações como a Anistia Internacional documentando abusos. A União Europeia também é criticada por seus acordos comerciais com Ruanda, que são vistos como uma forma de legitimar indiretamente o conflito. A conferência terminou com uma declaração conjunta das lojas organizadoras, que pediram maior visibilidade para o conflito e um engajamento moral de todos aqueles que acreditam na paz, justiça e dignidade humana.