(1781) 🇫🇷 Fundação do Rito Adonhiramita
O Rito Adonhiramita é um sistema maçónico que tradicionalmente atribui a sua fundação a Louis Guillemain de Saint-Victor, que em 1781 publicou a obra fundamental "Recueil Précieux de la Maçonnerie Adonhiramite". Este rito, que combina influências templárias, rosa-cruzes e esotéricas, tornou-se rapidamente uma referência, sendo adotado como o principal rito do Grande Oriente Lusitano e exportado para as suas colónias, incluindo o Brasil.

A sua estrutura é composta por 33 graus, organizados em sete classes. Inicia-se com os três graus simbólicos universais (Aprendiz, Companheiro e Mestre) e progride através de graus filosóficos que incluem títulos como Mestre Eleito, Cavaleiro do Oriente, Cavaleiro Rosa-Cruz, Noaquita e, no topo, o Patriarca Inspector Geral. O seu ritual e simbolismo centram-se na lenda da construção do Templo de Salomão, nomeadamente na busca pelo corpo de Hiram Abiff e a sua palavra secreta, incorporando um rico imaginário de simbolismo bíblico e ocultista.
Historicamente, o Rito Adonhiramita foi extremamente influente na disseminação dos sistemas de altos graus pela Europa e América Latina. Foi um dos veículos que popularizou graus além de Mestre e serviu como uma das bases a partir das quais o Rito Escocês Antigo e Aceite se desenvolveu, fornecendo muitos dos graus que este último viria a incorporar.
No Brasil, o rito passou por um grande cisma em 1973, quando uma significativa parte das suas lojas se separou do Grande Oriente do Brasil (GOB). Para revitalizar o rito dentro do GOB, a estrutura foi reformulada, e o "Poderoso e Sublime Grande Capítulo dos Cavaleiros Noaquitas para o Brasil" mudou o seu nome para "Excelso Conselho da Maçonaria Adonhiramita" (ECMA). Atualmente, o Rito Adonhiramita continua a ser praticado no Brasil, Portugal, França e Uruguai, mantendo viva a sua tradição única na maçonaria mundial.

